Historicamente, desde que há registos, o ser humano sempre lutou por poder. E esse poder traduzia-se, muitas vezes, na posse de terras e de metais ou pedras preciosas — e hoje não é diferente.
Basta olhar para as grandes empresas e fundos de investimento mundiais para perceber que os principais gigantes económicos estão relacionados com o setor imobiliário.
Em Portugal, este setor teve um crescimento abrupto, sobretudo nos anos 90, o que levou ao aumento dos preços dos imóveis e ao surgimento da classe conhecida como os “patos bravos” — expressão utilizada para os novos-ricos, que enriqueceram rapidamente com uma incursão aventureira na construção civil. Isso criou na sociedade — ainda marcada por uma certa inveja comparativa d’“a galinha da vizinha” — a sensação de que estava a ser explorada por especuladores, sanguessugas e oportunistas, entre outros adjetivos pouco simpáticos.
Esses juízos mantêm-se até hoje, mas já não se aplicam apenas aos promotores ou construtores. Estenderam-se também aos consultores imobiliários.
“Esta profissão, hoje tão desacreditada (…) tornou-se num palco de competição aguerrida entre flyers no correio, blocos de notas magnéticos e vídeos com produção digna de Hollywood “.

Esta profissão, hoje tão desacreditada — principalmente pela falta de requisitos formais para tal e pelo acesso franqueado — tornou-se num palco de competição aguerrida entre flyers no correio, blocos de notas magnéticos e vídeos com produção digna de Hollywood a circular nas redes sociais.
Nada contra, pelo contrário: muitos revelaram, nessa criatividade, um talento escondido para o marketing. No entanto, há quem esteja tão saturado que já lhes chama “praga”… mas será que não são, de facto, necessários?
É verdade que, em Portugal, qualquer pessoa pode comprar ou vender uma casa por si. Tal como pode, também, decorar a casa, automedicar-se ou tratar de assuntos processuais. Há quem diga que “de médico e de louco, todos temos um pouco”, mas é quando as coisas correm menos bem que nos lembramos: talvez devêssemos ter contratado um profissional!
“Há quem diga que “de médico e de louco, todos temos um pouco”, mas é quando as coisas correm menos bem que nos lembramos: talvez devêssemos ter contratado um profissional! “
E é aqui que quero chegar: sim, os consultores são uma “praga” necessária — como todas as pragas da natureza, têm o seu papel. No entanto, como em todas as áreas, há bons profissionais, medianos e maus. E é aí que está o segredo!
Quando encontramos um bom profissional, não o trocamos por nada — e até o recomendamos. Com os consultores imobiliários, não é diferente.
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