Embora o nosso dia-a-dia continue assente em conceitos como localização e valor por metro quadrado, noutras geografias vai crescendo uma nova linguagem, sustentada por tecnologia de ponta: a tokenização imobiliária.
O conceito pode parecer técnico, algo distante, mas o seu impacto será sentido em breve. Trata-se da possibilidade de converter ativos físicos — como imóveis ou projetos de construção — em ativos digitais fracionados. Cada “token” representa uma parte do ativo, sendo registado de forma segura e transparente numa blockchain. O que isto significa, na prática, é que qualquer pessoa poderá investir num imóvel, a partir de qualquer parte do mundo, com apenas alguns cliques.
Neste novo paradigma, os ativos são os mesmos — mas o acesso, a escala e o modelo de negócio mudam radicalmente.
A tokenização tem o potencial de, por exemplo, aumentar a velocidade de financiamento de novos projetos, atrair capital de pequenos investidores globais, e nesse sentido, abrir novas perspetivas a promotores e investidores.

“A tokenização representa uma oportunidade real, mas exige atualização de competências, e os profissionais que quiserem manter-se relevantes terão de aprender uma nova linguagem de propriedade.”
É uma mudança estrutural, e está a bater à porta de todos os players do mercado.
Claro que, para que esta inovação tenha tração real, é essencial um enquadramento jurídico robusto. A MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation), aprovada pela União Europeia em 2023, entra em vigor faseadamente até dezembro de 2025, e representa precisamente esse novo quadro.
A tokenização representa uma oportunidade real, mas exige atualização de competências, e os profissionais que quiserem manter-se relevantes terão de aprender uma nova linguagem de propriedade.
Os profissionais e empresas que se prepararem agora estarão na linha da frente de um novo ciclo. Este é o momento de investir no conhecimento, experimentar novos caminhos e assumir um papel ativo na construção das cidades do futuro.



