Muito se fala na falta de habitação e do acesso à aquisição das mesmas e tem sido uma constante preocupação dos últimos governos.
Medidas vão, medidas vêm, e eis que surge a “garantia do Estado” a implementação desta medida iria habilitar todos os jovens que, por ausência de capital próprio para adquirirem um imóvel e contrair empréstimo, finalmente o poderiam fazer – e está a fazê-lo!
No entanto, não há bela sem senão… se já estávamos num mercado com valores cada vez mais elevados por excesso de procura, a situação agrava-se com o acesso de uma nova franja de compradores que até aqui não o conseguia fazer.
“Não há bela sem senão… se já estávamos num mercado com valores cada vez mais elevados por excesso de procura, a situação agrava-se com o acesso de uma nova franja de compradores.”
Não há medidas perfeitas, nem nada que ao ajudar não tenha uma consequência, mas teria sido vantajoso que esta fosse lançada em simultâneo com uma série de medidas que promovessem a construção e a sua redução de custos, como a redução significativa de IRC das empresas e a redução do IVA para a taxa mínima – não resolveria o aumento momentâneo de procura, mas a longo prazo iria dirimir a acentuada diferença existente entre a oferta/procura.
Verificámos também que esta medida, apesar de ter sido um excelente passo para capacitar os jovens a fazerem a sua aquisição, carece ainda de alguns ajustes, nomeadamente na articulação com as entidades bancárias, que, por exemplo ao emitirem cartas de aprovação com validade de 3 meses, dificultam/impossibilitam a aquisição em empreendimentos em desenvolvimento.
Há que enaltecer a vontade de mudar, fazer diferente e pensar em soluções e sabemos que é sempre mais fácil criticar de fora e depois de feito, mas compete-nos, por uma questão de cidadania e de brio profissional, apontar e alertar para o que poderia ser feito para contribuir para uma estabilização e saúde deste sector.
